ABRAÃO

Abrão é um dos patriarcas  bíblicos e fundador do monoteísmo Hebreu, viveu por volta de 2200 a.C  até 1800 a.C. Sua história está no livro de Gênesis na bíblia, que compõem o pentateuco do antigo testamento. Porém o Instrutor José Laércio explica mais coisas, segue o tema.



O DEUS DOS HEBREUS

JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO, FRC.

1994 - 1975 - 3330

T E M A 0.2 2 3


Os Hebreus e seus descendentes têm o grande mérito de haverem salvo grande parte da história da humanidade, de haverem guardado muitos conhecimentos da Tradição, no Ocidente praticamente os conhecimentos sobre a Criação foram conhecidos através deles. Isso é o que, de uma maneira geral se sabe, mas existem muitas coisas secretas que poucos sabem e que em parte serão abordadas nestas palestras, pelo menos o quanto suficiente para que se possam compreender melhor muitos enigmas da história humana e do comportamento de muitos povos.


Se, por um lado, os hebreus trouxeram para o Ocidente muitos dados sobre a origem do homem e sobre a sua natureza, influenciaram e revelaram muito da história oculta da humanidade, sobre a criação, por outro lado muitas coisas erradas foram divulgadas a partir deles, pois de forma alguma ficaram livres da influência malévola do lado negativo da natureza que modificou em parte muito dos aspectos da criação.


Dentre aquelas influencias negativas de início podemos citar a criação ( Gênesis ) onde Adão é colocado no lugar de um desobediente e Eva como uma pecadora, quando na realidade isto não corresponde à verdade. De uma forma lata e parcial aquela estória diz respeito não a origem do homem na terra e sim à origem dos espíritos quando da Separação e a subseqüente queda dos Espíritos, e não ao Primeiro Patriarca.



Desta maneira somente dos 5 Patriarcas citados somente 3 deles estão diretamente ligados ao povo hebreu e que, portanto, pode-se dizer que realmente viveram na terra dentro dos 6.000 citados pela tabela genealógica citada na Bíblia como sendo a idade da geração humana. Isto, por certo, é fruto das alterações feitas na história sagrada de todos os povos pelo OBSCURANTISMO e outros interesses visando apagar a existência de outros ciclos de civilização. Na realidade aquele período bíblico diz respeito unicamente à existência do povo hebreu.


Desta forma tudo fica colocado no seu devido lugar e o incompreensível, o ilógico toma sentido. As listas genealógicas da Bíblia dizem respeito ao povo hebreu e não à humanidade geral por isso é que não há concordância entre o que diz a Bíblia e o que diz a ciência que, como vimos em palestra anterior à ciência já estendeu o limite da humanidade para além dos l00 mil anos enquanto a Bíblia coloca-o em menos de 6.000 anos e, na realidade nem mesmo aquele limite estabelecido pela ciência é exato pois o surgimento da humanidade data de um período ainda incomensurável, bem anterior, portanto, a datação que é proposta pela ciência baseada especialmente em dados arqueológicos.


A história do povo Hebreu antes de Abraão na realidade é pouco conhecida e em grande parte se confunde com a história da Babilônia cujos documentos em muitos pontos apresentam similitude com a história bíblica, como é o caso do dilúvio em que a Bíblia cita Noé e os babilônios citam GILGAMÉS.


Por sua vez Abrão nasceu há cerca de 2.000 anos antes de Jesus na cidade de UR na Caldéia, e podemos dizer que a história esotérica da religião hebraica começa verdadeiramente aquele patriarca.


É preciso que, a pessoa que tenha interesse real de conhecer a verdade sobre a problemática humana, deixe de lado preconceitos religiosos, mantenha a mente aberta e receptiva, para se defrontar com situações que podem ser deveras chocantes. É preciso que, com isenção de ânimos leia a própria Bíblica numa atitude de analise crítica positiva e construtiva.


Se assim for feito, com bastante clareza, se verá a presença de duas forças atuando nos bastidores da história do povo hebreu, da mesma formas em todas as civilizações.


Aquele povo, como todos os outros até os nossos dias incorporaram conhecimentos autênticos oriundos da TRADIÇÃO assim como informações infundidas pela própria natureza inferior. Os seres

das trevas, como já dissemos antes, atuam com muita intensidade no plano material, na humanidade, e disto resulta que as religiões, assim como a história de todos os povos sempre foram marcadas por informações conflitantes, atitudes negativas e positivas. Em todas as crenças e em todos os povos de todos os tempos a dualidade da natureza esteve presente. Assim sendo na historia do povo hebreu aquela influencia não poderia estar ausente.


O povo hebreu trouxe um cabedal muito grande de conhecimentos sobre a criação bem explícito naquilo que em data muito distante foi estruturado como CABALA ( = CONHECIMENTO) mas, por outro lado, também um conteúdo muito marcante de desinformações e ingerências do outro lado da natureza.


Como dissemos antes, a história do povo hebreu anterior a Abrão é nebulosa em dados históricos e na realidade ela não apresenta muito de especial até o nascimento daquele Patriarca. Isto que vamos revelar agora é muito chocante, muito doloroso mesmo, mas nem por isso deixa de ser verdadeiro.


Abrão foi uma das vítimas da divisão de poderes sobre a humanidade e de forma alguma pode ser tido como uma pessoa santa, como um espírito puro que representasse o lado positivo da natureza. Também

não estamos dizendo que haja ele sido uma presença da força negativa na terra e sim que sofreu desta grande interferência. 


Ele foi influenciado, sem dúvida alguma, e para que se constate isso com suficiente clareza basta que se examine o que diz a própria Bíblia e que se tenha em mente o sentido de justiça, de luz, de amor que são atributos do Ser Superior.


Tanto Adão quanto Noé não foram atingidos pelo lado negativo da natureza, mas o mesmo não podemos dizer com referência a Abrão. A história exotérica hebraica tenta apresentar Abrão como um justo, como um verdadeiro representante de Deus na terra enquanto Adão como um ser vitima do lado negativo da natureza. Na realidade a ordem deve ser exatamente a inversa, Adão jamais foi envolvido pelo lado negativo o que não aconteceu com Abrão.

A situação atribuída a Adão e Eva diz respeito à queda dos espíritos após a criação deles e não à criação do homem na terra. Isto foi feito pela própria força negativa a fim de tirar de si a culpa.


É fácil isto ser percebido pela própria Bíblia que Abrão foi orientado diretamente por um ser que o dirigiu durante toda a sua vida e que se observe o tipo de orientação que lhe foi dado.


Gênesis capítulo 12 e seguintes descreve assim: O "Senhor" manda que Abrão saia de Ur na Caldéia, sua terra Natal, e seguir para a terra de Canaã e depois para o Egito. Diz a descrição bíblica que Abrão com medo que fosse morto disse que a sua esposa era sua irmã e como tal de certa forma a entregou ao faraó do Egito. Abrão tinha como esposa Saara e como ela era uma mulher de grande beleza Abrão acreditou que os egípcios a desejariam e sendo ele o esposo dela por certo lhes matariam para tomar-lhe a mulher. Agindo assim Abrão instruiu Saara para se dizer sua irmã, e assim aconteceu e ela

foi usada.


Gênesis 12.11 e seguintes - "Quando estava perto de entrar no Egito, disse a Saara, sua mulher; Conheço que és uma mulher formosa, e que, quando os egípcios te virem, dirão: É sua mulher, e matar-me-ão, conservando-te a ti. Dizei, pois, te peço, que és minha irmã, para que eu seja bem tratado por causa de ti, e me conservem a vida, em atenção a ti."

( Obs. Vejam o tipo de atitude de Abrão e julguem o que tal significa).

Gênesis 12.14 - Tendo, pois, Abrão entrado no Egito, viram os egípcios que aquela mulher era muito formosa e os príncipes fizeram-no saber ao faraó, e louvaram-na muito diante dele, e a mulher foi levada ao palácio do faraó. E trataram bem Abrão, por causa dela; e ele teve ovelhas e bois e jumentos, e servos e servas, de jumentas e camelos. O Senhor, porém, feriu o faraó e a sua casa com pragas, por causa de Saara. E o faraó chamou Abrão e disse-lhe: Por que te houveste comigo desta sorte? Por que não declaraste que ela era tua mulher? Por que dissestes que ela era tua irmã, para que eu a tomasse por minha mulher? Agora, pois, ai tens a tua mulher, toma-a, e vai-te.

E o faraó deu ordens a seus homens para cuidarem de Abrão; e eles o acompanharam até a saída do Egito com sua mulher e com tudo o que possuía."


Quem está mais próximo de Deus numa situação daquela, Abrão ou o faraó?


Segue-se a estória de Abrão com guerras, lutas, matanças de povos, rituais de sangue ( sacrifícios de animais ) etc. tudo orientado pelo senhor deus de Abrão. Não é fácil associar, pelas orientações dadas a Abrão por aquele senhor, à idéia que temos do Poder Superior, de Deus verdadeiro, com o de Abrão.

Outro ponto citado ( Gênesis 14.17 ) diz respeito à bênção dada por Melquisedec pelos atos de Abrão ( Melquisedec significa em hebraico Rei de Justiça, e Salém significa Paz ). Mais uma vez nos defrontamos com uma adulteração de datas, algo localizado fora de época. É colocado Melquisedec numa posição tal como aquela em que colocaram Adão.

O Capítulo 15 diz respeito aos primeiros acordos e conchavos entre Abrão e o "senhor" em que são negociados bens materiais, poderes terrenos em troca de fidelidade. Em nenhum momento os acordos dizem respeito a valores espirituais e sim tão somente a poderes efêmeros, materiais.


Gênesis 17 - "Mas, quando Abrão chegou à idade de noventa e nove anos, o senhor apareceulhe, e disse-lhe: Eu sou o Deus onipotente; anda em minha presença, e sê perfeito, e eu farei a minha aliança entre mim e ti, e te multiplicarei extraordinariamente. Abrão prostrou-se com o rosto por terra. E deus disse-lhe : Eu sou e a minha aliança será contigo, e tu serás pai de muitas gentes.


E não mais serás chamado de Abrão, mas chamas-te-as Abraão, porque te destinei para pai de muitas gentes. Eu te farei crescer extraordinariamente, e te farei chefe das nações, e de ti sairão reis. 

E estabelecer a minha aliança entre mim e ti, e entre a tua descendência depois de ti no decurso das suas gerações, por um pacto eterno; para que eu seja o teu Deus, e da tua descendência depois de ti.

Darei a ti e à posteridade a terra da tua peregrinação, toda a terra de Canaã, em possessão eterna, e serei o seu Deus ".

Disse mais Deus a Abrão: "Tu, pois, guardarás a minha aliança, tu e os teus descendentes.

Eis o meu pacto, que haveis de guardar entre mim e vós, e a tua posteridade depois de ti. Todos os homens entre vós serão circuncidados; circuncidareis a carne do vosso prepúcio, para que seja o sinal da aliança entre mim e vós. O menino de oito dias será circuncidado entre vós, todos os homens nas vossas gerações, tanto o escravo, como o que comprardes, e qualquer que não seja da vossa linhagem serão circuncidados. E este meu pacto será marcado na vossa carne para sinal de aliança eterna. O indivíduo do sexo masculino, cuja carne não tiver sido circuncidada, tal alma será exterminada do seu povo, porque violou a minha aliança ".


Nessa parte vemos um pacto de baixo nível, de coisa material, e especialmente envolvendo sangue (fonte de energia vital ). Também, se vê a aprovação do "senhor" à escravidão. Cada um analise com isenção de ânimo e tire a própria conclusão sobre o senhor de Abraão.

A história segue com Isaac sempre com lutas, traições, guerras, sangue, inveja, ódio, mortes até mesmo entre irmãos. Será que isso representa uma atitude como é de se esperar que seja a da Força Superior?

O mesmo podemos dizer com relação ao Patriarca Jacó. Vale citar que aquela visão de Jacó no que diz respeito a uma "escada" que se perpetuou até hoje como Escada de Jacó. Jacó adormeceu e viu uma escada unindo a terra ao céu e ouviu a voz do "senhor" dizendo: "Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai..." Novamente promessas materiais e exigências de cumprimento do pacto.

Houve uma mistura nisso, uma coisa foi à visão de Jacó e outra é o que os cabalistas atribuem como associações de árvores da vida indicando a estrutura do universo.


Na realidade as associações da árvore da vida podem ser uma escada positiva, verdadeira, mas não aquela citada como havendo sido vista por Jacó e que unia a terra ao mundo do deus de Abraão. Por isso, num futuro bem mais distante, podemos dizer em nossa época atual está sendo citado outra "escada". Esta sim de natureza positiva pois simboliza um caminho de Luz, de Paz e de Amor, caminho este que pode conduzir o homem até SER SUPERIOR.

Em resumo, podemos dizer que todos os três últimos Patriarcas foram envolvidos por um poder negativo da natureza. Dos cinco só os dois primeiros não foram envolvidos.

A presença das duas forças sempre esteve presente na história dos hebreus, como em todas as outras, sendo bem nítida na casa de Jacó. Jacó oscilou muito entre as duas forças. Sua vida toma equilíbrio na velhice após o nascimento de José ( José do Egito ). É com a presença de José no Egito, com a posição que ele chegou a ocupar na côrte do Faraó que Jacó e seus outros filhos passam a residir no Egito.


Dos doze filhos de Jacó tiveram origem as 12 tribos de Israel e a seguir os hebreus progressivamente se tornaram escravos do Egito.


Durante 470 anos o povo hebreu viveu como "escravo" no seio da civilização egípcia. Aquele povo chegou à terra dos Faraós quando José, um dos filhos de Jacó, ocupou uma elevada posição política e social junto à côrte egípcia.


Analisemos o que os Hebreu tinham de especial. As tribos hebraicas primitivas tinham uma condição em comum que lhes proporcionava um sentido de unidade e de coesão que perdura até os nossos dias entre os Israelitas. Aquele caráter de união era condicionado especialmente pela ideia comum de um único Deus. Mas o lugar de Deus a partir de Abraão foi ocupado por uma força que se intitulou

JEHOVÁ, assumindo as 4 letras sagradas do alfabeto hebraico e que simbolizam DEUS.

Uma das condições estabelecidas naquelas alianças era o compromisso do povo Hebreu somente prestar obediência, e admitir como divindade ele, Jehová. Em troca, Jehová, que também se intitulava o “Senhor dos Exércitos” daria a sua proteção aos hebreus conferindo-lhes a condição de membros de uma raça eleita.

Em muitas ocasiões, como pode ser constatado pelos textos bíblicos, Jehová manteve contacto pessoal com vários dirigentes das tribos hebraicas.


Desde a estória de Adão e Eva, como está na Bíblia, em que consta que o Senhor Jehová construiu um paraíso e nele colocou Adão já o Senhor dos Exércitos (Jehová) dialogava com Adão, e mesmo se apresentava fisicamente para ele. Indo ainda mais longe, Jehová atuou contritamente no paraíso retirando de Adão uma costela para construir Eva. Esta levada por outro ser quebrou uma das cláusulas do acordo estabelecido entre Adão e Jehová comendo o fruto da árvore proibida, e induzindo o seu esposo a fazer o mesmo.


Gênesis 3.8 "E ouviram a voz do Senhor Deus que passeava no Jardim pela viração do dia: E escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do Jardim".


Embora essa estória seja uma daquela introduzida nas Escrituras Sagradas e que não corresponde à verdade, mesmo assim citamo-la para mostrar que a presença física de Jeová era coisa aceita pelos hebreus.


Gênesis 6.2 - "Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram-nas para si mulheres de todas as que escolheram”

Gênesis 6.4 “Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos..."

Gênesis 6.4 = "Ora, naquele tempo havia gigantes sobre a terra. Porque como os filhos de Deus tivessem tido comércio com as filhas dos homens, pariram elas aqueles possantes homens, que

tão famosos foram na antigüidade".


Concluímos esta palestra mostrando que aquele ser com o qual os hebreus estabeleceram alianças evidentemente não agia como a FORÇA SUPERIOR, como o CRIADOR DE TODO O UNIVERSO.